terça-feira, 6 de abril de 2010

Médias empresas tornam-se "ouro" no setor de tecnologia


SÃO PAULO - Pequenas, médias e grandes empresas têm sido alvo do bom momento vivido pelo mercado de tecnologia da informação (TI) no País. Com foco na fatia das médias empresas - com faturamento anual próximo de R$ 500 milhões -, empresas do setor têm percebido uma chance de transformar em ouro as fatias do mercado que as grandes empresas não conseguem atender.

"A lata de lixo de IBM, HP e Diveo para nós é ouro", confirma Ezequias Sena, presidente da Online Brasil, empresa que fornece serviços de data center a pequenas e médias empresas (PME). "Para nós, uma empresa que fatura R$ 500 milhões por ano é uma grande empresa", afirma Sena. "As grandes do setor não conseguem falar com essas empresas", completa.

Segundo Sena, o crescimento dos serviços de telecomunicações e de banda larga estimulou esta alta demanda das pequenas e médias empresas por serviços de armazenamento em data centers. "Essas empresas começam a ver que um produto de banda larga de 8 Mbps custa cerca de R$ 200. Então elas pensam que, se já têm isso, elas podem ir para um data center", explica o executivo.

Os planos da Online Brasil são de até quadruplicar este ano o faturamento visto em 2009, e atingir R$ 40 milhões, valor que deve dobrar em 2012. A estratégia passa pelo investimento de R$ 14 milhões na inauguração de dois novos data centers até o ano que vem. A começar pela nova sede, que entra em operação este mês, a empresa deve disponibilizar um novo centro de armazenamento para backup de informações de seus clientes numa área de 225 m².

Até 2012, segundo os cálculos da Online Brasil, a empresa deve chegar a 10% de market share, uma vez que divide mercado com empresas que prestam serviços para o usuário final, como a Locaweb, por exemplo. "Eu faturo R$ 10 milhões [em 2009] com 100 clientes; a Locaweb fatura R$ 80 milhões com 15 mil clientes", explica Sena.

Expansão

A companhia deve inaugurar um novo data center até o ano que vem, que deve consumir um investimento de R$ 10 milhões, para viabilizar o projeto de expansão que prevê para os próximos dois anos. Antes do início das obras, o projeto já tem 25% de sua capacidade vendida a uma grande empresa do setor de tecnologia, o que garantirá um faturamento de R$ 30 milhões anuais à companhia, segundo Sena.Atualmente, a Online Brasil aluga parte da estrutura da operadora de telefonia fixa Intelig. A empresa tem recebido propostas de aquisição por pare de fundos de investimento offshore e mesmo nacionais, mas o principal executivo considera que ainda é cedo para uma operação como esta. "O patamar que começa a ser interessante para uma operação de venda é o patamar em que a empresa deve estar em 2011", afirma Sena, que mesmo assim não considera certa esta possibilidade.

Serviços

Por outro lado, entre os clientes de grande porte, a Tivit, fornecedora de serviços integrados de TI e terceirização de processos de negócios (Business Process Outsourcing -BPO, na sigla em inglês) do grupo Votorantim, assinou dois contratos com o gigante do mercado financeiro HSBC para desenvolvimento de software. Apesar do anúncio, feito ontem, as empresas não informaram o valor da negociação.

Com essa parceria, a prestadora de serviços de tecnologia da informação vai atender às operações do banco no País e no exterior (HSBC Brasil e HSBC Global Technology Center Brasil). As operações de HSBC e Tivit acontecem desde 2007 na área de BPO, e esta nova operação vai permitir à Tivit reforçar sua estratégia de prestação de serviços offshore. Em janeiro deste ano, a empresa de TI iniciou operações em sua nova unidade de Curitiba (PR), com um investimento de R$ 10 milhões. A partir desta unidade é que a empresa deve atender ao contrato com o HSBC, segundo informou a empresa, em comunicado ao mercado.

Na capital paranaense, a Tivit mantém um polo de desenvolvimento de sistemas com 40 profissionais. Os planos são de ampliar a unidade até o fim do ano e chegar a 400 profissionais. A empresa também possui fábricas de softwares em São José dos Campos e em São Paulo.

Cloud computing

A Tivit anunciou recentemente um investimento de R$ 2 milhões para desenvolver a oferta de virtualização através de cloud computing (softwares e serviços hospedados em um servidor), de olho na crescente demanda pelo serviço. O Tivit Virtual Services (TVS), como é chamado o programa, permite a conexão entre redes com outras nuvens, possibilitando inclusive a gestão das mesmas, independentemente do fornecedor e de onde estiverem, segundo o anúncio feito pela empresa. O alvo da nova solução são grandes empresas que querem ampliar a base tecnológica.

Demanda reprimida de pequenas e médias empresas (MPEs) vira nicho de data center para a Only Brasil e amplia possibilidade de crescimento da fornecedora brasileira, ao passo que a Tivit fecha com o HSBC.

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