terça-feira, 1 de setembro de 2009

TI à prova de recessão



por Carlos André (*)

Se existisse uma fórmula básica para o sucesso das corporações, esta seria investir estrategicamente em iniciativas que levem à expansão dos negócios e que ainda reduzam ou contenham os custos. Em tempos de economia instável como a atual, esta fórmula é um meio de sobrevivência para as organizações. E qual o papel da TI neste cenário?

Os orçamentos de TI estão encolhendo, isto é fato. Mas a necessidade por resultados de negócios, não. Em épocas de crise, a pressão por ganhos maiores só aumenta e as organizações buscam simplificar as operações, diminuir os custos, reduzir os riscos e superar a concorrência.

Existem diversas iniciativas viáveis, mas todas elas dependem de um mesmo item: informação. Com dados precisos, as empresas conseguem se adaptar e reagir em pouco tempo e também tomar decisões com mais agilidade e precisão. Elas operam de forma mais eficiente e fazem “mais com menos”.

Então, em tempos de recessão, o que tudo isso significa para o departamento de TI? Duas coisas. Primeiro, a área necessita fazer (ainda) mais com (ainda) menos. Segundo, o departamento precisa examinar criteriosamente cada investimento em tecnologia, tanto o atual quanto o futuro. Feito isso, o CIO deve se perguntar: este investimento fará com que a área de TI e a empresa melhorem a eficiência? Ele ajudará na redução de custos? Agregará valor e fará isso de forma rápida? Contribuirá para o crescimento da companhia?

Os próximos 24 meses serão tempos de escolhas difíceis para os gestores das empresas. A seguir, estão as cinco principais iniciativas que as áreas de TI podem adotar para auxiliar as organizações a sobreviver em um período de crise econômica:
- Gerenciar melhor a conformidade regulatória
- Aprimorar a gestão de riscos
- Consolidar a operação para sustentar o crescimento
- Conquistar e manter clientes
- Modernizar as operações


Gestão da conformidade
Uma das consequências da crise econômica refere-se à aprovação de regulamentações ainda mais rigorosas e, desta forma, um ponto chave às companhias é gerenciar melhor a conformidade regulatória. As novas normas podem elevar os custos, como muitas empresas dos EUA constataram logo após a publicação da lei Sarbanes-Oxley, em 2002.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro de Soluções Bancárias da Deloitte & Touche de Nova York, entre 2002 e 2006, os gastos com conformidade regulatória cresceram mais rápido que o lucro líquido das empresas participantes na pesquisa — de 2,83% a 3,69%.

O estudo conclui que um dos principais motivos do aumento dos custos foi o modo como as empresas reagiram às normas, alocando recursos humanos para monitorar a conformidade regulatória e não investindo em tecnologias escaláveis para a gestão da conformidade normativa.

Assim, as companhias necessitam de dados confiáveis para atender às complexas exigências. O papel da área de TI é identificar e implementar soluções que forneçam dados consistentes.


Redução de riscos
As empresas devem encontrar meios de diminuir e melhorar a gestão de riscos. Para isso, precisam monitorar e gerenciar de forma proativa sua exposição ao risco, seja ele financeiro, operacional, de mercado ou de crédito. Além disso, é importante estarem aptas para descobrir e gerenciar possíveis ameaças e atos fraudulentos realizados por indivíduos e grupos que tentam encobrir, ocultar ou distorcer suas identidades.


Consolidar para crescer
Após o período de adaptação à nova realidade econômica, a consolidação de empresas é inevitável. Algumas serão compradas, outras venderão operações de baixo lucro ou que não sejam consideradas core business.

As companhias necessitam, portanto, extrair ao máximo o valor de fusões, aquisições e venda de negócios. Elas precisam ter um rápido retorno do investimento nas fusões e aquisições e, neste contexto, cabe ao departamento de TI desenvolver os planos táticos de migração, consolidação e sincronização de dados e aplicativos para que seja possível colher rapidamente todos os benefícios das informações e operações de negócios compartilhadas.


Conquistar novos clientes
Conhecer bem seu cliente também é fundamental para sobreviver em um mercado altamente competitivo. Estes podem ir embora tão rapidamente quanto chegam e, durante períodos mais difíceis, se tornam ainda mais seletivos quanto às suas escolhas.

A área de TI deve juntar e consolidar os dados divergentes sob uma visão única com o intuito de baixar os custos de suporte, promover campanhas efetivas de ampliação do número de produtos vendidos (up-sell) e vendas cruzadas (cross-sell) e melhorar os índices de retenção de seus usuários.


Operações modernas
Por último, a quinta iniciativa a ser destacada é o investimento em tecnologias que tragam rapidamente o retorno sobre o investimento (ROI) e diminuam os custos totais de propriedade (TCO).

Enfim, é fundamental que o departamento de TI atue de acordo com as áreas de negócios para aprimorar os resultados financeiros e de vendas e, como comentado acima, TI tem um papel estratégico para ajudar as organizações a se sobressair na crise.

Deve ser ela a responsável pela gestão da qualidade e disponibilidade das informações a todas as áreas de negócios das companhias, visando a geração de lucro, a redução de custos e a diminuição de riscos.


(*) Carlos André é vice-presidente da Informatica Corporation para a América Latina

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